Capítulo 1 (03/05) - Os primeiros quilometros

Bom dia a todos

Depois de muito planejar e a ansiedade nos consumir chegou o grande dia. Bagageiros devidamente carregados e coração na estrada. Para uma viagem desta magnitude e distância não tem como sair acelerando ouvindo apenas o ronco de nossas motos (a minha parece um moedor de cana), portanto antes de sair, ajustamos nossos MP3 com o puro e velho Rock n Roll (o Rodrigo agradece o Bellotto pelo Rock n Roll gravado) que é nosso maior companheiro depois de Deus. Saimos de SP lá pelas 8:30 da matina com muita adrenalina na veia e gasolina no tanque.

Nós iamos sair de SP pela Raposo Tavares, porém na noite anterior encontrei um vizinho meu que me orientou a não ir por este caminho, pois a estrada encontra-se em situação precária por toda a sua extensão. A opção foi pegar a Castelo Branco que é um verdadeiro tapete e possui diversas pistas. Como de costume eu acordei atrasado e sai sem tomar café da manhã, e paramos no Graal da Castelo pra fazer um bom café da manhã, pois a próxima parada seria apenas em Ourinhos. Pena que essa parada não foi a queriamos fazer.

Ao chegar na região de Ourinhos estávamos verdes de fome e entramos na cidade em busca de um restaurante, mas a cidade parecia uma cidade fantasma daquelas que vemos em filmes gringos do velho oeste. Não tinha nada aberto com excessão de um posto de gasolina onde abastecemos nossas motos. Saindo dali prosseguimos viagem rumo ao Paraná.

Ao sair de Ourinhos, há uns 2 km da divisa de estados entre SP e PR estávamos seguindo na estrada, porém com um caminhão de cana de uns 20 metros despejando cana pelo asfalto e consequentemente em cima de nós. A quntidade de cana que caia do caminhão era suficiente para abastecer uma cachaçaria por uma semana. Ao ultrapassarmos este caminhão, qual foi nossa surpresa quando um policial rodoviário federal sai desesperadamente de sua cabine e se joga em cima de nós como um goleiro voa em direção a uma bola perto da furquilha.

Ao nos abordar o policial nos disse cometemos uma infração. E gravíssima por sinal. Ao ultrapassarmos o caminhão não percebemos que era faixa continua. O mais grave de tudo é que cometemos essa infração na cara do gol, ou seja, quase dentro da guarita. O Rodrigo ainda tentou justificar nossa conduta, mas o policial (Sr Caxias) estava irredutivel e não teve coré-coré. Parece que foram nossas boas-vindas na entrada do estado do Paraná.

Comemos um lanche na estrada e seguimos viagem. Depois de Londrina o tempo começou a fechar e veio uma torrencial chuva, que nos acompanhou até nosso destino final (Maringá, há uns 130 km dali). A chuva continuava quando entramos em Maringá, porém para nossa sorte conseguimos vaga em um hotel bom e barato na entrada da cidade, que ficava junto ao primeiro posto de gasolina da cidade.

Apesar da multa e da chuva, tinhamos muito o que comemorar, pois nosso Timão acabara de ser campeão paulista e as ruas de Maringá estavam tomadas por Corinthianos. Eu estava me sentindo em casa. Rodrigo não estava muito contente, pois é adepto da bambizada do Morumbicha.

O primeiro dia de viagem foi completo com sucesso e agradecemos o carinho de todos.

Grande agraço e até amanhã

Rogério/Rodrigo