Capítulo 5 (07/05) - Os cubos de gelo

Buenos dias queridos amygos

Antes de comecar a escrever sobre nosso dia tenho que fazer uma errata sobre o capítulo 4. Ontem comentei que estava no estado Argentino de Misiones! Pois é, aqui na Argentina os estados sao chamados de províncias, portanto ontem estavamos na cidade Argentina de Posadas que fica localizada na PROVÍNCIA de Misiones Ok.

Hoje tinhamos uma meta clara e bem estabelecida. Chegar na cidade de Presidencia Roque Saenz Peña, há 600 km de Posadas. Mas para chegar nessa cidade tinhamos que atravessar a província (ou estado, como queiram) de Corrientes e chegar na província Del Chaco, onde fica localizada a cidade citada acima. Para isso acordamos as 5 da matina para as 6:00 ja estarmos na estrada. Foi o que fizemos! Antes do sol pensar em raiar ja estavamos acelerando nossas maquinas rumo ao Chaco Argentino.

Ao sair sentimos aquele friozinho matinal, mas ao chegar na Carretera (estrada) e ultrapassarmos os 100 km/h percebemos que a sensacao térmica era muito menor, ou seja, associe o frio matinal ao vento gerado por um bólido em alta velocidade. Resultado: o frio entrava pela roupa e parecia que ia trincar meu corpo no meio. O frio estava tao intenso no comeco do percurso que eu contraia meu musculos com o objetivo de gerar calor, mas era insuficiente!!! Quando percebi que o frio estava beirando o insuportavel encostei minha moto logo após um pedágio (que nao é cobrado para motos.........nossos "hermanos" sao mal humorados mas sao justos). Ao encostar perguntei ao Rodrigo se ele tambem estava sentindo frio, mas ele mal conseguia falar de tanto que batia os queixos. Percebemos que se continuassemos dessa forma podia ocorrer hipotermia o que diminuiria nossos batimentos cardiacos a um ponto onde o cérebro nao receberia nutrientes suficientes desencadeando um desmaio, que poderia ter consequencias catastroficas... Coloquei um moletom, o Rodrigo colocou luvas po cima das luvas e seguimos viagem. Mas minha luva nao bloqueava o frio intenso e parecia que meus dedos iam quebrar. Eram verdadeiros blocos de gelo assim como meus pés pois estava usando uma meia bem fininha, tipo aquelas que usava no uniforme do colégio!!! Pra voces terem uma ideia do nosso desespero, o Rodrigo (tinha que ser) tava esquentando as maos no MOTOR da moto dele. Eu falei pro mané que ele ia queimar as maos pois a sensibilidade tava baixa (grande Fisioterapeuta esse Rodrigo) e ele teve a manha de me responder: - Voce nao sente frio porque é peludinho. Que viadagem!!! Peludinho foi %&$"¿

Perto das 10:00 paramos pra abastecer as motos em uma micro cidade e aproveitamos pra comer um lanche, pois além de estar frio, ainda saimos em jejum, o que pioravam os sintomas de tontura. Seguimos rumo ao Chaco torcendo o cabo.Aconteceu o que temiamos e muitos amigos comentaram. A policia Argentina é extremamente corrupta e muitas vezes exige uma "contribuicion" do viajante pra seguir viagem. Felizmente foi apenas uma inspecao de rotina e pudemos seguir viagem sem problemas. Nao foi a policía que nos parou e sim o exercito, e quando nos pararam estavam mais interesados em informacoes técnicas sobre as motos, como velocidade maxima na estrada, do que propriamente nos punir. Menos mal e ainda soltamos na saida o velho bordao: - Mutias gracias señor!!!

Continuamos na estrada e atravessamos a capital da provincia de Corrientes, de mesmo nome, mas paramos apenas para o bom e básico xixi, pois nao sei como se fala isso em portuñol. Ao entrar no shoping nao sabia onde era o banheiro e perguntei a um funcionario, mas ele tambem nao sabia o que era. Entao apontei e falei do que se tratava e ele me indicou o caminho. Terminamos o que tinhamos a fazer no shopping e novamente pè na estrada. Ao sair da cidade de Corrientes existe uma bela ponte com vista panorámica a uma “Praia”. Esta ponte liga a cidade de Corrientes a cidade de Resistencia, na mesma provincia. Apòs passar Resistencia jà estavamos oficalmente na provincia Del Chaco. Era o que temiamos.

Vou explicar a voces do que se trata a provincia Del Chaco. O Chaco é uma enorme e árida planície no norte Argentino. Sao quilómetros e mais quilometros de pastos com algumas plantacoes de cana e outras plantacoes de algo que nao conseguimos decifrar o que era. O resto é mato. Muito mato. Esse é o perigo!!! A estrada que atravessa o Chaco é uma longa e cansativa reta de aproximadamente 800 km. Isso mesmo amigo amigos, uma reta de 800 km. Se nao ficar esperto no camino e ouvir um bom rock voce dorme mesmo. O pior é que desse matao saem diversos animais. Hoje inicamos os primeiros 100 km dessa reta, chegando em uma cidade chamada Presidencia Roque Saenz Peña, que é uma cidadezinha bem agitada no meio do nada. Pena que estavamos muito cansados, pois tomamos umas Quilmes bem geladas e nos retiramos antes das 0:00, pois amanha promete.

Grande abraco a todos e ate amanha